Jacob Levy Moreno Share
Lema do Psicodrama
"Um Encontro de dois:
olhos nos olhos,
face a face.
E quando estiveres perto,
arrancar-te-ei os olhos e
colocá-los-ei no lugar dos meus;
E arrancarei meus olhos
para colocá-los no lugar dos teus;
Então ver-te-ei com os teus olhos
e tu ver-me-ás com os meus"
Recentemente um homem, descalço e faminto, quase imóvel, foi visto por centenas e centenas de pessoas, andando com dificuldade. Tinha os pés queimados. A maioria dos olhares endereçados a este estranho cidadão, eram da mais pura indiferença e até de escárnio.
Como se fosse um leproso, ou um drogado, ninguém ousou aproximar-se. Ele nada pedia em seu sofrimento evidente e os circunstantes, que o olhavam, sequer se dispuseram a perguntar-lhe: precisa de ajuda? quer um copo com água? Que posso fazer para amenizar a sua dor?
O rapaz, olhava todos e imaginava quais os sentimentos que se processavam na mente de Cristo, enquanto percorria a via Crucis, diante de uma multidão enorme de gente. Aquela gente que o rapaz via, em nada diferia dos indiferentes, ignorantes e covardes que presenciaram o suplicio de Jesus, com aquela coroa de espinhos, na cabeça, exausto, sedento, tropeçando e, açoitado, carregando uma pesada cruz. Alguns exemplos dignos de caridade cristã ficaram marcados na história, outros tantos servem apenas como exemplo do que não devemos ser, nem fazer com o próximo.
O cidadão se foi, carregando sua dor interior e nunca mais voltou. Aqueles que escarneceram, foram indiferentes, certamente ele os absolveu, como Cristo fez, afinal, toda aquela gente não sabia o que fazia.
Um dia, que Deus os livre e guarde, poderão passar pela mesma situação e talvez encontrem uma mão amiga, talvez a mão daquele cidadão que passou vilipendiado em sua dor, sem ninguém para estender-lhe a mão.
Os bons são diferentes: sabem perdoar os fracos, que, invariavelmente, se imaginam fortes e superiores diante da desgraça alheia.
(texto do Blog Outros Olhares)
Um dia, que Deus os livre e guarde, poderão passar pela mesma situação e talvez encontrem uma mão amiga, talvez a mão daquele cidadão que passou vilipendiado em sua dor, sem ninguém para estender-lhe a mão.
Os bons são diferentes: sabem perdoar os fracos, que, invariavelmente, se imaginam fortes e superiores diante da desgraça alheia.
(texto do Blog Outros Olhares)