quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A FAMÍLIA COMO PONTO CHAVE NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO DE PACIENTES PORTADORES DE TRANSTORNOS PSIQUIATRICOS E DEPENDENTES QUÍMICOS

Orientações


Resumo: Este artigo tem por objetivo promover uma breve reflexão sobre a importância da família durante o tratamento terapêutico, como um suporte no tratamento e no que se trata dos cuidados básicos e essenciais ao paciente.

Introdução

A todo o momento, o ser humano é cobrado e influenciado pelo meio social em que vive, e este meio também determina como ele deve agir pensar e se comportar. Se ele fugir as normas sociais conseqüentemente será punido pela sociedade, com isso a todo o momento o individuo é vigiado por esta, e por ele mesmo, sendo assim o nível de estresse ao qual é submetido todos os dias é alto, saindo às vezes do “normal” para a “loucura” o que passa a ser um risco, porém nem mesmo na condição de portador de transtorno mental e ou dependente químico, o individuo se livra da cobrança e do julgamento social, e como não pode mais obedecer às regras sociais, passa a ser excluído do convívio em sociedade. A família em muitos casos faz parte deste processo de exclusão do doente, muitas vezes por medo, desconhecimento, ou simplesmente pelo estigma de ter em seu convívio familiar um doente tido pela sociedade como alguém sem capacidades, “louco” ou “drogado”. Percebemos as dificuldades e a carga psicológica na qual as famílias estão expostas, porem é essencial, todo e qualquer apoio nestes casos, sendo de suma importância seu envolvimento e participação durante todo o tratamento terapêutico vivenciado pelo paciente ao longo de sua internação, a fim de conhecer e entender melhor a problemática tornando-se participe deste processo.

O Papel da Família no processo terapêutico do paciente

A família é um conjunto de pessoas que se encontram, ligadas por laços afetivos, têm objetivos em comum, e um funcionamento específico. No caso desse funcionamento ser alterado, como quando um dos membros está internado, é natural que surjam dúvidas e insegurança em todo e qualquer membro da família. É um momento de tomada de decisões que podem ser fáceis ou não, há que adaptar uma postura diferente para que o problema seja solucionado, neste caso, para que a pessoa internada atinja o estado de saúde ou, no caso de não se encontrar doente, que possa retornar a casa (TORRENTS et.al, 2004). O apoio familiar é muito importante, sendo mais ainda durante o tratamento, porém esse papel no trato com o doente não é fácil, pois vários são os sentimentos que ela pode apresentar diante dessa situação, tais como culpa preconceito e incapacidade. Além do preconceito que os portadores de transtornos mentais e dependentes químicos sofrem da sociedade, eles também são submetidos aos da família, que se sente envergonhada pela sociedade pelo simples fato de não terem conseguido formar um individuo “saudável” e preparado para cumprir com suas obrigações sociais. Não é possível julgá-las, pois também são vitimas da sociedade assim como o doente, mas é possível reconhecer a importância dela na vida de qualquer ser humano.

Os familiares tornam-se essenciais no processo de tratamento do doente, no entanto necessitam saber como lidar com as situações estressantes, evitando comentários críticos ao paciente ou se tornando exageradamente super protetores, dois fatores que reconhecidamente provocam recaídas. Torna-se muito importante que os familiares dosem o grau de exigências em relação ao paciente, exigindo assim mais do que ele pode realizar em dado momento, porém sem deixá-lo abandonado, ou sem participação na vida familiar. Conhecendo melhor a doença e tendo um diagnóstico claro, a família passa a ser um aliado eficiente em conjunto com a medicação e a terapêutica trabalhada pela equipe multiprofissional.

O papel da família e importantíssimo em todas as fases do processo terapêutico, porém fundamental no inicio do tratamento onde o paciente ainda não percebe claramente que aquilo que acontece com ele é decorrente de uma doença, sendo que para este alucinações e delírios são reais, dizer ao paciente que tudo não passa de sua imaginação não resolve, ao contrario isso aumenta sua resistência ao tratamento. Tanto a família quanto a equipe responsável pelo paciente necessitam estar alinhadas objetivando adquirir confiança e vinculo, para que se estabeleça uma relação de confiança e de aceitação ao tratamento, o que ira garantir a efetivação do tratamento e conseqüente melhora. Podemos perceber que a recuperação de uma pessoa com transtorno mental ou dependente químico é um processo longo, e em muitos casos gradual e lento, no entanto combinando varias abordagens os resultados tornam-se assertivos e em muitos casos muito satisfatório.

Ao mesmo tempo em que se trata o quadro de doença do paciente, a família deve receber total atenção no sentido de ser orientada em sua abordagem ao paciente ou em sua dinâmica de relacionamento durante o processo terapêutico, visto que em muitos casos a família adoece em conjunto, sendo necessário um processo de escuta, apoio e orientação. Trabalhar com famílias traz átona traços relacionados à dinâmica funcional familiar muitas vezes já cristalizados ao longo do tempo e que necessitam serem repensados e apreendidos, sendo estes responsáveis pelo agravo da situação doença do paciente.

É importante que a família sinta que ode fazer algo para ajudar o seu familiar a recuperar-se quando tal e possível e, mesmo quando não é, que seja capaz de compreender a situação e acompanhar o paciente, dando apoio, compreensão, carinho e dedicação (LAZURE, 1994).

Processo Terapêutico

O processo terapêutico é o momento onde o paciente passa por cuidados efetivos exercidos pela equipe multiprofissional tendo por finalidade o tratamento dos sintomas de sua doença e a manutenção e garantia de sua continuidade ao tratamento tendo o suporte adequado para este fim, visando sua recuperação e melhora. É neste momento também que estão lado a lado à equipe multiprofissional e os familiares do paciente, juntos pelo mesmo objetivo o da melhora e qualidade de vida do paciente.

Diante desde complexo cotidiano, as ações dirigidas às famílias devem estruturar-se de modo a favorecer e fortalecer a relação familiar/profissional/serviço, entendendo que o familiar e fundamental no tratamento dispensado ao doente (ROCHA ET ali, 2000).

É neste momento em que são feitas abordagens especificas como a coleta de dados, a escuta sensível e a analise da equipe em relação à família.  Também é neste momento em que são feitas as intervenções e trabalhos de educação familiar com vistas ao conhecimento de seu papel, significado e vínculos. Os profissionais utilizam-se neste momento de ferramentas especificas em cada especialidade como, por exemplo: grupos, como alternativa de trabalho e sensibilização dos cuidados e da manutenção de vínculos junto ao paciente durante todo o processo terapêutico. O sucesso do tratamento depende de um conjunto de fatores que cerceiam a rede social em que o paciente esta inserido.

Percebemos que durante o processo terapêutico onde os familiares estão inseridos e participantes, conseguem lidar com menos apreensão e assim oferecer cuidados de melhor qualidade ao doente, principalmente quando estão inseridos em reuniões e/ou grupos de família ou em outros processos, sendo estes espaços propícios para a reflexão, discussão, escuta, troca de vivencias, angustias e orientações, constituindo-se estes como efetivos espaços privilegiados de atendimento familiar.

Considerações

Evidenciamos que a participação da família no processo terapêutico dos pacientes portadores de transtornos mentais e dependentes químicos é fundamental e contribui de forma significativa no tratamento e conseqüente melhora. O paciente sente-se valorizado e confiante de sua recuperação, quando sente a efetividade da participação familiar.

Percebemos que os pacientes sofrem e suas famílias necessitam serem atendidas em suas reais necessidades pela equipe respeitando sua forma de constituição, porem levando em consideração os vínculos estabelecidos e a dinâmica funcional, reconhecendo e respeitando suas limitações, procurando trabalhar preconceitos e/outras formas de entendimento da situação problema do paciente.

A relação familiar é o sustentáculo e a base para uma boa estrutura emocional para o paciente, tanto para a prevenção de uma crise, quanto para sua manutenção e recuperação  (ROCHA,  ET ali, 2000).Fato pelo qual  torna-se essencial sua participação em todos os processos terapêuticos no qual o paciente esta inserido o que ira propiciar uma melhor adequação do paciente ao tratamento e consequente melhora.Estimulando reflexões sobre a inserção da família no processo terapêutico do paciente e que este artigo se aplica.

REFERÊNCIAS

ALCANTARA, Geisa Souza. Gomes, Juliana da Silva. O papel da família no processo de ressocialização de pessoas acometidas por transtornos psíquicos. Trabalho de conclusão de curso- Faculdade Vasco da Gama. Salvador. 2011.

COLVERO, Luciana de Almeida; IDE.Cilene A, C.ROLIM. Marli. Alves. Família e doença Mental: a difícil convivência com a diferença. Rev Esc Enfermagem. 38(2):197-205. USP 2004. São Paulo.

LANA, Claudia. DIAS, Juliana, LUCIANA Regina. O Estigma da Doença Mental para pacientes, familiares e a sociedade. Rev. Esc. Enfermagem. USP 2006; 40 (1):123-7.São Paulo.

LAZURE, H.Viver a relação de ajuda: abordagem teórica e prática de critério de competência da enfermeira. Lisboa: Lusodidacta, 1994.

PEREIRA. Maria A.O.JR.Alfredo Pereira. Transtorno Mental: dificuldades enfrentadas pela família. Rev. Esc. Enfermagem.; 37(4): 92-100. USP 2003. São Paulo.

TORRENTS Et AL,Vivências do cliente/pessoa e da família face ao internamento hospitalar. 2004.


Crédito: ÚNICA - GRUPO MARISTAS http://www.uniica.com.br/orientacoes/a-familia-como-ponto-chave-no-tratamento-terapeutico-de-pacientes-portadores-de-transtornos-psiquiatricos-e-dependentes-quimicos/

terça-feira, 12 de março de 2013

A Mentira


A MENTIRA 

Mentira é o nome dado as afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é "mentir", e quem mente é considerado um "mentiroso".

Moralidade da mentira

Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um "pecado" em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos estão divididos quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto Aristóteles, Santo Agostinho e Kant disseram não.

Mentir de uma maneira que piore um conflito em vez de diminuí-lo, ou que se vise tirar proveito deste conflito, é normalmente considerado como algo antiético.

Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Ministro da Propaganda Alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich.[carece de fontes]

A mentira torna-se uma sátira com propósitos humorísticos quando deixa explícita pelos excessos na fala e o tom jocoso que de fato é uma mentira. Nestes casos é com frequência tratada como não sendo imoral e é bastante praticada por humoristas, comediantes, escritores e poetas.

Etiqueta da mentira

A etiqueta é bastante preocupada com as questões da mentira, atribuição da culpa e hipocrisia – coisas que com frequência são menosprezadas na ética mas de grande utilidade na sociedade:

As razões morais para se tolerar mentiras têm a ver em sua maior parte em evitar conflitos. Um código ético irá com frequência especificar quando a verdade é necessária e quando não é. Em tribunais, por exemplo, o processo antagônico e padrão de evidência que é aplicado restringe as perguntas de maneira que a necessidade da testemunha mentir é reduzida – de maneira que a verdade quanto a questão em julgamento supostamente será revelada com mais facilidade.

A necessidade de mentir é reconhecida pelo termo "mentira social" onde a mentira é inofensiva, e há circunstâncias onde existe uma expectativa de se ser menos do que totalmente honesto devido a necessidade ou pragmatismo. As mentiras podem ser divididas em classes – ofensivas ou mal intencionadas, inofensivas e jocosas, do qual apenas a primeira classe é séria (O catolicismo classifica a primeira como pecado mortal mas também condena as outras como veniais).

Há alguns tipos de mentiras que são consideradas aceitáveis, desejáveis, ou mesmo obrigatórias, devido a convenção social. Tipos de mentiras convencionais incluem:

01.uso de eufemismos para evitar a menção explícita de algo desagradável;
02.perguntas insinceras sobre a saúde de uma pessoa pouco conhecida;
03.afirmação de boa saúde em resposta a uma pergunta insincera (os inquiridores com frequência ficam   bastante desconcertados por qualquer outra coisa que não a resposta positiva mais breve possível);
04.desculpas para evitar ou encerrar um encontro social indesejado;
garantia de que um encontro social é desejado ou foi agradável;
05.dizer a uma pessoa moribunda o que quer que ela queira ouvir;
06.supressão de uma quebra de tabu.

A maioria das pessoas participa de tais mentiras convencionais, e não aplica a desaprovação moral costumeira em relação as mentiras em tais situações. Mentiras convencionais são vistas como uma categoria menor de mentira, semelhante as mentiras sociais. No entanto, uma minoria de pessoas as vê como mentiras maliciosas.

Psicologia da mentira

A capacidade dos hominídeos de mentir é percebida cedo e quase universalmente no desenvolvimento humano e estudos de linguagem com pongídeos. Uma famosa mentira do último grupo foi quando Koko, a gorila, confrontada por seus treinadores depois de uma explosão de raiva no qual ela arrancou uma pia de aço do lugar onde ela estava presa, sinalizou na Língua de Sinais Americana, "o gato fez isso, " apontando para seu pequeno gato. Não está claro se isso foi uma piada ou uma tentativa genuína de culpar seu pequeno bicho de estimação.

A psicologia evolucionária está preocupada com a teoria da mente que as pessoas empregam para simular a reação de outra a sua história e determinar se uma mentira será verossímil. O marco mais comumente citado na ascensão disso, o que é conhecido como inteligência maquiavélica, ocorre na idade humana de cerca de quatro anos e meio, quando as crianças começam a ser capazes de mentir de maneira convincente. Antes disso, elas parecem ser incapazes de compreender que todo mundo não tem a mesma visão dos eventos que elas têm – e parecem presumir que há apenas um ponto de vista —o seu próprio — que precisa ser integrado a qualquer história.

Sociologia e linguística da mentira

A mentira e a atribuição de culpa são tão básicas a sociedade que é difícil estudá-las de maneira formal. George Lakoff, na crítica de certas afirmações que George W. Bush fez antes da invasão do Iraque de 2003, observa que:
 "Elas são mentiras —ou meros exageros, declarações desorientadoras, enganos, excessos retóricos e assim por diante? Os linguistas estudam tais assuntos. A descoberta mais surpreendente é que, para se considerar se uma declaração é uma mentira, a consideração menos importante para a maioria das pessoas é se ela é verdadeira! As considerações mais importantes são: Ele acreditava nisso? Ele tinha intenção de enganar? Ele estava tentando ganhar alguma vantagem ou prejudicar alguém? Essa é uma questão séria ou trivial? É "apenas" uma questão de retórica política? A maioria das pessoas irá conceder que, mesmo que a declaração seja falsa, se ele acreditava nela, não estava tentando enganar, e se não estava tentando ganhar vantagem ou prejudicar ninguém, então não houve mentira. Se foi uma mentira a serviço de uma boa causa, então foi uma mentira social. Se foi baseada em informações falhas, então foi um erro honesto. Se estava lá apenas para ênfase, então foi um exagero."
Essas desculpas figuram entre as defesas da administração. A boa causa: libertar o Iraque. A informação falha: da CIA. A ênfase: o entusiasmo por uma grande causa. Embora haja evidência de que o Presidente e seus conselheiros sabiam que a informação era falsa, eles podem rechaçar o uso da palavra com M. As falsidades foram reveladas e elas, em si mesmas, não importam muito para a maioria das pessoas."

O filósofo Leo Strauss, que teve uma grande influência sobre várias personalidades no Projeto para o Novo Século Americano que dominou a administração durante esse período, estressou a necessidade de mentir a fim de ocultar uma posição estratégica, ou para auxiliar a diplomacia. Da mesma forma personalidades anteriores na filosofia política de Nicolau Maquiavel a "nobre mentira" de Platão.

Parece extremamente improvável que a mentira seja algum dia inteiramente eliminada da política ou da diplomacia, da mesma forma que não possível removê-la da guerra que essas atividades são, em última instâncias, criadas para ajudar a impedir de ocorrer.

Mentiras e confiança

Uma razão para que a mentira possa persistir como uma estratégia em ambientes sociais é que não é a comparação dos fatos contra alguma noção de verdade, mas em vez disso, a avaliação de se uma traição da confiança aconteceu ou não, que determina a resposta a uma mentira.

No caso da Guerra com o Iraque, por exemplo, o fato de que a mentira agravou um conflito poderia ter representado uma séria quebra da confiança e traição daqueles que iriam sofrer no conflito. No entanto, qualquer um que aceita como verdadeira a afirmativa de que o regime em vigor era uma ameaça "inevitável" a aqueles que pereceram o combatendo, ou aqueles cujas vidas estão em risco como consequência da invasão, teria uma probabilidade muito menor de considerar agravar o conflito no momento mais conveniente ser qualquer tipo de traição. A perspectiva do bom senso conservador com frequência se baseia nesse tipo de suposição de certeza. Mas se conflitos que são agravados são escolhidos devido a alguma ideologia, é difícil ver como isso difere da simples lógica de "o poder torna certo".

Mentiras durante a infância

As mentiras começam cedo. Crianças pequenas aprendem pela experiência que declarar uma inverdade pode evitar punições por má ações, antes de desenvolverem a teoria da mente necessária para entender porque funciona. De maneira complementar, existem aqueles que acreditam que as crianças mentem por insegurança, e por não compreender a gravidade dos seus atos "escapa[m] da responsabilidade apelando para a mentira".[1] Nesse estágio do desenvolvimento, as crianças às vezes contam mentiras fantásticas e inacreditáveis, parecidas com a mentira de Koko, a gorila discutida anteriormente, porque eles não possuem o sistema de referência conceitual para julgar se uma declaração é verossímil ou mesmo entender o conceito de verossimilhança.

Quando a criança primeiro aprende como a mentira funciona, naturalmente elas não possuem o entendimento moral para evitar fazer isso. É necessário anos observando as pessoas mentirem e o resultado das mentiras para desenvolver um entendimento adequado. A interferência da família também é imprescindível para que a criança compreenda através de bons exemplos a forma correta de agir.

A propensão a mentir varia muito entre as crianças, com algumas fazendo isso de maneira costumeira e outras sendo com frequência honestas. Os hábitos em relação a isso mudam normalmente até o início da idade adulta. Nos casos em que esta mudança não ocorre, a psicologia os definem como adultos no estágio de infância psicológica.

Alguns vêem que as crianças - como um todo - têm maior tendência a mentir do que os adultos. Outros defendem que a quantidade de mentiras permanece o mesmo, mas os adultos mentem sobre coisas diferentes. Com certeza a mentira de adultos costuma ser mais sofisticada, e de consequências maiores do que as contadas por crianças. Boa parte desse julgamento depende se a pessoa conta inverdades diplomáticas, insinceridade social, retórica política e outros comportamentos adultos que são tidos como mentiras.

Detecção de mentiras

A questão de se as mentiras podem ser detectadas através de meios não-verbais é assunto de particular controvérsia.
Polígrafos são máquinas de detecção de mentiras que medem o estresse fisiológico que um entrevistado sente em várias medidas enquanto dá declarações ou responde perguntas. Afirma-se que picos do estresse indicam comportamento mentiroso. A precisão desse método é amplamente contestada, e em vários casos bem-conhecidos provou-se que ele foi ludibriado. No entanto, ele permanece em uso em muitas áreas.
Vários soros da verdade foram propostos e usados durante depoimentos, embora nenhum seja considerado muito confiável. A CIA tentou descobrir um "soro da verdade" no projeto MK-ULTRA, mas foi na maior parte um fiasco.
Microexpressões faciais foram mostradas como um método confiável de expor mentiras, de acordo com o Diogenes Project de Paul Ekman e do Psy7Faces de Armindo Freitas-Magalhães. Em outras palavras, um lampejo minúsculo da expressão facial de "perturbação", embora difícil de ser vista para o olho destreinado, pode indicar quando a pessoa está mentindo.

Neurocientistas descobriram que a mentira ativa estruturas do cérebro completamente diferentes durante exames de tomografia por ressonância magnética, o que pode levar a um método mais preciso (embora não prático) de detecção de mentiras.


Referências
 Ângelis, Joanna de. No livro "Conflitos Existenciais"

segunda-feira, 11 de março de 2013

VIDA DUPLA, Cláudia Morais


Ao longo de mais de uma década de trabalho em Terapia Familiar e Psicoterapia tenho conhecido muitas pessoas que, durante períodos mais ou menos significativos, optaram por manter aquilo a que vulgarmente chamamos de vidas duplas. Não estou a falar de relações extraconjugais pontuais, de affairs que resultam de uma fraqueza ou da incapacidade para dar resposta às tensões do próprio relacionamento.

Refiro-me a pessoas que mantêm,às vezes durante muitos anos,dois relacionamentos sem que deem mostrasde querer interromper (REALMENTE) qualquer uma das relações.

POR QUE O FAZEM? O QUE LEVA UMA PESSOA A MANTER UMA VIDA DUPLA?

A resposta até pode variar de caso para caso mas, de um modo geral, há um elemento comum a todas estas pessoas: vivem muito condicionadas pelas expetativas sociais e familiares e sentem-se incapazes de fazer uma escolha que possa ser alvo de juízos de valor.
É sobretudo a vontade de continuar a agradar aos outros - pais, irmãos, filhos e família alargada - que as leva a prolongar um casamento que já não as preenche. De resto, em muitos destes casos o próprio casamento não resultou tanto de uma escolha sentida mas sim da vontade de fazer o que era esperado e socialmente valorizado.
É ou não uma escolha egoísta?

Tenho alguma dificuldade em fazer generalizações sobre este tema, já que, se é verdade que tenho conhecido muitos casos em que a pessoa opta por manter uma vida dupla por mero comodismo, porque recebe o melhor de dois mundos (a estabilidade e a segurança do casamento e a novidade e a excitação da relação extraconjugal), também é certo que me tenho cruzado com inúmeras pessoas que se mostraram incapazes de pôr termo ao seu casamento por não conseguirem lidar com a tristeza do cônjuge. Vivem, elas mesmas, em sofrimento por não terem a audácia de dizer "Basta!" e lutarem pela sua felicidade. Para estas, a manutenção das duas relações é, sobretudo, a felicidade possível.

Mas se numa e noutra situações é evidente o medo a respeito do que a pessoa teria de enfrentar caso tivesse de fazer uma escolha, há interrogações a respeito das outras partes do triângulo amoroso que também merecem reflexão.

Qual é o papel do cônjuge traído nesta história?

A experiência mostra-me que em muitos destes casos (demasiados) há uma tentativa deliberada de fechar os olhos ao problema, sobretudo pelo medo de perder o cônjuge. Refiro-me naturalmente a pessoas cuja autoestima está fragilizada ao ponto de perderem a vontade de reivindicar mais. Também aqui é o medo que está subjacente à passividade que muitos rotulam de comodismo.

Mas desengane-se quem considerar que todas as pessoas traídas são complacentes com a manutenção desta vida dupla. Nalguns casos a relação extraconjugal é escondida com a eficácia suficiente para que o cônjuge traído não se aperceba de nada.

E o que é que acontece quando a situação é revelada?

Como estamos a falar de relações antigas, são raros os casos em que a pessoa traída escolhe pôr fim ao casamento. De um modo geral, são feitos esforços para manter a relação, nomeadamente através da terapia de casal.

Não é mesmo nada fácil ser-se confrontado com a mentira prolongada, com a quebra de confiança, com a perda de quase tudo aquilo em que se acreditava. Alguns casais conseguem, com esforço, reaproximar-se e reconstruir a relação. Para outros a revelação é o princípio de uma vida nova.

Crédito: A Psicóloga

INTEGRIDADE, Dr. Laís Marques da Silva



Ser íntegro é ser inteiro. Ou seja, é não estar dividido internamente. 

A divisão gera tensão e instabilidade emocional. Sem integridade não há paz interior. E mais, a integridade é o fundamento da autenticidade. Significa pensar, dizer e fazer uma só coisa. Significa coerência nos três planos. Coerência entre pensamentos, atos e palavras.

A integridade é o estágio final do desenvolvimento psicossocial do indivíduo e resulta de uma autodisciplina, da verdade interior e da decisão inabalável de ser honesto nas nossas respostas a todas as situações de vida.

O turbilhão interior se desfaz e estamos em paz interior quando optamos por viver vidas plenas de verdade. É na paz que encontramos todas a verdades. Todas as escolhas e decisões são muito mais fáceis quando nos comprometemos em viver com total honestidade.

O fato de desenvolvermos valores permanentes é fundamental para nos ancorar, para nos dar estabilidade emocional e psíquica.

Cuide da sua integridade, ela é parte permanente de você. É um componente importante da auto-estima e da auto-imagem. 

A integridade dos pais é o fundamento do respeito dos filhos.

A integridade no casamento assegura o mais profundo sentido de confiança e de comprometimento, o solo perfeito para o crescimento do amor. A integridade no relacionamento entre amigos assegura uma condição que é essencial para a vida. A integridade no trabalho assegura o respeito permanente. A despeito de grande tentação, tente não se desfazer da sua integridade. A perda da integridade leva à vergonha, ao desgaste do espírito, mais do que à culpa.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hannah Arendt, in 'A Condição Humana




O Perdão e a Promessa

Se não fôssemos perdoados, eximidos das consequências daquilo que fizemos, a nossa capacidade de agir ficaria por assim dizer limitada a um único acto do qual jamais nos recuperaríamos; seríamos para sempre as vítimas das suas consequências, à semelhança do aprendiz de feiticeiro que não dispunha da fórmula mágica para desfazer o feitiço. Se não nos obrigássemos a cumprir as nossas promessas não seríamos capazes de conservar a nossa identidade; estaríamos condenados a errar desamparados e desnorteados nas trevas do coração de cada homem, enredados nas suas contradições e equívocos - trevas que só a luz derramada na esfera pública pela presença de outros que confirmam a identidade entre o que promete e o que cumpre poderia dissipar. Ambas as faculdades, portanto, dependem da pluralidade; na solidão e no isolamento, o perdão e a promessa não chegam a ter realidade: são no máximo um papel que a pessoa encena para si mesma.


Crédito: Citador
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domingo, 8 de abril de 2012

Rafaela de Siqueira



Amanhã eu vou atrás das minhas respostas,
amanhã eu quero saber o que fizeram das minhas dúvidas!
Daqui há algumas horas…
eu vou querer saber de tudo
vou pedir arrego,
vou correr pra onde puder,
vou achar uma solução.
Amanhã, apenas amanhã eu vou me fingir de forte
e vou cobrar uma explicação.

Amanhã eu vou parar pra pensar
porque o mundo em que eu vivo não funciona assim.
Eu vou correr
porque sei o destino de quem corre.
Sei que o horizonte é sempre a melhor saída.
Amanhã…
eu queria que tudo se resolvesse e
que eu pudesse acordar com a cabeça mais leve.
De amanhã eu vou me arrepender pelo resto da vida.
De amanhã eu vou levar apenas a sensação de leveza
que me dominará como nada jamais conseguir dominar-me.
Amanhã talvez eu volte pra minha casa antiga
me deite no mesmo lugar,
e assista ao mesmo programa…
amanhã talvez eu não tenha pra onde ir…
Ou talvez nenhum lugar esteja à minha espera.

(Rafaela de Siqueira)

Crédito: Se essa rua fosse minha...eu mandava ladrilhar

sábado, 17 de março de 2012

Pensamento de Chaplin

 
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Abandono, Chico Buarque



O que será ser só
Quando outro dia amanhecer
Será recomeçar
Será ser livre sem querer
O que será ser moça
E ter vergonha de viver

Ter corpo pra dançar
E não ter onde me esconder
Tentar cobrir meus olhos
Pra minh'alma ninguém ver
Eu toda a minha vida
Soube só lhe pertencer

O que será ser sua sem você
Como será ser nua em noite de luar
Ser aluada, louca
Até você voltar
Pra quê

O que será ser só
Quando outro dia amanhecer
Será recomeçar
Será ser livre sem querer
Quem vai secar meu pranto
Eu gosto tanto de você

quinta-feira, 15 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Caio Fernando Abreu


“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.

Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.

Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?

A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?

A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.

Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?

E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. 
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. 

Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”


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